ONG lançou campanha e pesquisa inédita sobre riscos on-line
Na última semana, o youtuber Felca movimentou as redes sociais ao denunciar, em seu canal, a adultização e a exploração de crianças e adolescentes na internet, incluindo o caso do influenciador paraibano Hytalo Santos por exploração infantil. O caso que levanta um debate sobre a ética em produção de conteúdo com crianças e adolescentes, gerou denúncia do Ministério Público, derrubada do perfil no Instagram e discussões para chegar à Câmara dos Deputados — escancarando um problema crescente e invisível: a violência e o assédio sexual contra crianças e adolescentes na internet.
Embora o assunto esteja em evidência agora, o ChildFund, organização que há quase 60 anos atua no Brasil pela promoção e defesa dos direitos de crianças, adolescentes e jovens, já vinha abordando a proteção on-line como prioridade. Em junho, a entidade lançou a campanha “Os Monstros na Internet São Reais” em seis países da América Latina: México, Guatemala, Honduras, Equador, Bolívia e Brasil.
A iniciativa apresentou vídeos impactantes, materiais educativos e recursos gratuitos para apoiar famílias, educadores e a sociedade na identificação e prevenção de ameaças on-line, como aliciamento, exploração sexual, cyberbullying e manipulação. A campanha foi construída a partir de relatos reais de adolescentes atendidos pela organização e mostra que situações como perfis falsos, ameaças, chantagens e tentativas de contato por meio de jogos virtuais têm se tornado cada vez mais comuns.
Metade dos adolescentes brasileiros já sofreu violência sexual on-line
Antes do início da campanha, o ChildFund lançou o estudo Mapeamento dos Fatores de Vulnerabilidade de Adolescentes Brasileiros na Internet (pesquisa completa no link), que revelou dados alarmantes, como:
- 54% dos adolescentes brasileiros já sofreram algum tipo de violência sexual on-line — cerca de 9,2 milhões de jovens, com ou sem interação direta de um agressor;
- Casos de captura, divulgação ou exposição não autorizada de imagens e vídeos de conteúdo sexual ocorre 10 vezes por segundo no mundo;
- 35% dos adolescentes recebem supervisão parental;
- Com o aumento da idade, cresce o tempo de uso da internet e o risco de exposição — jovens de 17 e 18 anos têm até 1,3 vezes mais chances de sofrer violência on-line que adolescentes de 15 anos.
O presidente executivo do ChildFund Brasil, Mauricio Cunha, está à disposição para entrevistas e reforça a importância de mobilizar toda a sociedade para garantir a proteção on-line infantojuvenil.
A campanha completa, com vídeos, orientações e formas de engajamento, está disponível em: www.monstrosnainternetsaoreais.com. O ChildFund também oferece cartilhas acerca do tema e o curso “Safe Child” de proteção para crianças e adolescentes na internet, disponível aqui.
Sobre o ChildFund Brasil
O ChildFund é uma organização que atua no desenvolvimento integral, promoção e defesa dos direitos da criança, do adolescente e do jovem, criando futuros com mais oportunidades, para que tenham seus direitos considerados e alcancem seu potencial.
Diretamente, por meio de programas desenvolvidos no Brasil, seu trabalho impactou, em 2024, na vida de mais de 189 mil pessoas, entre elas mais de 83 mil crianças, adolescentes e jovens em situação de privação, exclusão e vulnerabilidade. No mesmo ano, suas iniciativas alcançaram 1,3 milhão de pessoas no Brasil. Para realizá-las, a organização conta com a contribuição de pessoas físicas, por meio do programa de apadrinhamento de crianças e de doações para a causa, como o Guardião da Infância, além de parcerias com empresas, institutos e fundações que apoiam os projetos desenvolvidos.
O ChildFund Brasil faz parte de uma rede internacional associada ao ChildFund International, presente em mais de 70 países e que gera impacto positivo na vida de mais de 24,3 milhões de crianças e suas famílias.
A organização foi premiada internacionalmente em 2025 e está entre as 20 melhores no ranking brasileiro emitido pela The Dot Good, uma certificadora de projetos sociais com sede na Suíça que avalia os impactos locais e globais de ONGs em todo o mundo. No Brasil, o ChildFund já foi eleito, também, a melhor ONG de assistência social do país em 2022 e a melhor ONG para crianças e adolescentes do país por três anos (2018, 2019 e 2021) pelo Prêmio Melhores ONGs, que também a elegeu entre as 100 melhores ONGs do país por sete anos.
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