Passeio de Barco na Praia da Pipa viraliza e gera polêmica

Orla da Praia do Centro Pipa foto Máximo Serpa
Orla da Praia do Centro Pipa foto Máximo Serpa

Uma publicação recente em um blog da Grande Natal repercutiu nas redes sociais ao criticar a suposta falta de estrutura da Praia da Pipa para atendimento de turistas que passaram mal durante passeios privados de lancha no último sábado (6).

O episódio, que envolveu visitantes com sintomas comuns de enjoo marítimo, gerou comentários generalizados e, em muitos casos, distantes da realidade sobre a operação do turismo local e os serviços oferecidos pelo município.

A Praia da Pipa, em Tibau do Sul, é reconhecida nacional e internacionalmente justamente por preservar sua autenticidade e natureza. O destino não se enquadra no modelo de praia urbana com infraestrutura pesada à beira-mar, o que é, inclusive, um dos motivos de sua alta procura. O sucesso de Pipa não reside em transformar sua orla em uma extensão hospitalar, mas em manter o equilíbrio entre conservação ambiental, experiência turística e acolhimento qualificado.

É importante destacar que os passeios de lancha mencionados na postagem são atividades privadas, realizadas por operadores comerciais que devem ser os primeiros a garantir condições básicas aos seus clientes, incluindo orientação e suporte caso sintam mal-estar pelo balanço do mar — algo absolutamente comum em destinos litorâneos do Brasil e do mundo. Em qualquer país, enjoos marítimos são tratados com repouso e, quando necessário, atendimento em unidades de saúde, não com ambulâncias estacionadas na areia.

Críticas que muitas vezes podem ajudar, podem se transformar por ausência de fatos

A crítica difundida nas redes também omite informações importantes: Tibau do Sul dispõe de atendimento de saúde pronto e acessível. A Vila de Pipa conta com ponto fixo de atendimento e o município mantém ainda uma unidade 24 horas no Centro de Tibau do Sul. Em algumas praias também tem equipes de guarda vidas civil para primeiros atendimentos e orientações.

O episódio também evidencia um fenômeno recorrente no ambiente digital: pessoas opinando sem conhecimento técnico ou noção do que é prática padrão na atividade turística. Mal-estar em passeios marítimos é uma situação corriqueira em qualquer destino costeiro, não um indicativo de falha de gestão pública.

Em vez de promover críticas desinformadas que podem prejudicar a imagem de um dos destinos mais importantes do Rio Grande do Norte, é fundamental reconhecer a responsabilidade compartilhada entre poder público, setor privado e turistas. Defender uma estrutura hospitalar à beira da praia é desconhecer completamente o conceito de turismo sustentável que faz de Pipa um exemplo de preservação e experiência natural.

A Praia da Pipa continuará oferecendo o que a torna única: beleza, natureza, aventura e acolhimento — sem perder de vista o cuidado com quem a visita.

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