Começaram as primeiras atividades das obras de alargamento da praia de Ponta Negra, em Natal, chamaram a atenção de moradores e visitantes da região. Próximo ao Hotel Serhs, na Via Costeira, uma draga já começou a transportar areia, dando início ao processo de aterramento hidráulico. O projeto envolve a remoção de areia do fundo do mar e seu depósito na praia por meio de um sistema de tubulação, com a previsão de conclusão em cerca de três meses, estendendo-se até o Morro do Careca.
O alargamento de praias, prática cada vez ma is comum para enfrentar a erosão costeira e o avanço do mar, é uma solução controversa. Apesar de ser considerada uma medida para preservar a faixa de areia, o projeto levanta diversas questões socioambientais. Intervenções similares já foram realizadas em outras localidades brasileiras, como Balneário Camboriú (SC), Praia de Copacabana (RJ) e Praia de Iracema (CE), mas a eficácia e os impactos ambientais dessas ações continuam sendo alvo de intensos debates.
A preocupação com o aumento do nível do mar foi recentemente reforçada por um alerta da Organização das Nações Unidas (ONU). Na terça-feira (27), o secretário-geral da ONU, António Guterres, divulgou um relatório que destaca a ameaça crescente do aumento do nível do mar, com foco particular no Oceano Pacífico.
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Embora o Brasil não tenha sido mencionado diretamente nesse relatório, outro documento da ONU, intitulado “Surging Seas in a Warming World”, faz referência a duas cidades do estado do Rio de Janeiro, apontando que o nível do mar nessas áreas pode subir entre 12 cm e 21 cm até 2050.
Em Natal, a obra de alargamento da praia de Ponta Negra enfrenta críticas por seus possíveis impactos ambientais. A agência SAIBA MAIS tem acompanhado de perto essa grande obra e, em uma de suas reportagens recentes, um engenheiro destacou a ocorrência de dois crimes ambientais associados ao projeto. As preocupações também se refletem na comunidade local, com um grupo de nadadores manifestando incertezas quanto aos efeitos das obras em suas atividades.
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Apesar das controvérsias, o projeto de alargamento segue em frente, com a Prefeitura de Natal já tendo concluído 70% da drenagem da praia de Ponta Negra. No entanto, a realização das obras durante o período de reprodução das tartarugas, uma questão amplamente discutida, levanta dúvidas sobre o cumprimento das normas ambientais.
Com o início das obras, o futuro da praia mais icônica de Natal permanece em aberto. Ainda é incerto se os benefícios previstos do alargamento da praia superarão os impactos ambientais e sociais que essa intervenção pode causar.
