Governo do RN apresenta proposta para sediar supercomputador do Plano Brasileiro de IA

reunião super computrador gov RN foto Fotos Sandro Menezes
reunião super computrador gov RN foto Fotos Sandro Menezes

Proposição será analisada pelo MCTI e integra a política nacional de inteligência artificial e computação de alto desempenho

Governo do Estado será o primeiro estado brasileiro a apresentar proposta para sediar uma nova unidade do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), com o objetivo de viabilizar a instalação do supercomputador de alto desempenho previsto no Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), iniciativa estratégica do Governo Federal voltada ao fortalecimento da soberania tecnológica do país.

A governadora Fátima Bezerra participou, nesta terça-feira (30), de uma reunião virtual com a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e equipe técnica do ministério. Também estiveram presentes os coordenadores do Núcleo de Processamento de Alto Desempenho do Instituto Metrópole Digital da UFRN (NPAD/IMD/UFRN), Samuel Xavier e João Kleber, além do secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico do Estado, Hugo Fonseca.

O supercomputador é um equipamento de altíssimo desempenho utilizado por instituições públicas para processar grandes volumes de dados e realizar cálculos complexos, apoiando pesquisas científicas, desenvolvimento tecnológico, políticas públicas, inteligência artificial, previsão climática, saúde, energia, defesa e planejamento estratégico.

O Governo do Estado irá formalizar oficialmente a proposta ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em 15 de janeiro de 2026. Após a realização de estudos técnicos, foi definido o Parque Científico e Tecnológico Augusto Severo (PAX), em Macaíba, como área para a instalação do supercomputador.

Além do Rio Grande do Norte, apenas a Prefeitura do Rio de Janeiro apresentou manifestação de interesse, condicionada ao atendimento de critérios como disponibilidade energética, conectividade e área geográfica adequada.

Justiça para o NE

Ao término da reunião, a governadora Fátima Bezerra destacou a relevância do posicionamento potiguar. “Fico muito feliz ao ouvir que o Rio Grande do Norte é o primeiro estado a se posicionar de forma objetiva nessa disputa. Isso nos inspira a continuar avançando com ainda mais determinação. Também considero fundamental que o Nordeste seja olhado com atenção especial nesse contexto. Isso não é privilégio, é uma questão de justiça e de oportunidade, considerando todo o potencial que a região oferece”, afirmou.

O principal diferencial do Rio Grande do Norte é o baixo custo operacional, especialmente em razão da energia elétrica. “O estado é um dos maiores produtores de energia renovável do país, com excedente de geração, o que permite reduzir de quatro a seis vezes o custo energético na operação de um equipamento que demanda entre 10 e 15 megawatts, além de atender ao requisito de uso de energia 100% limpa e gerar economia estimada de até R$ 600 milhões em dez anos”, defendeu o secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico do Estado, Hugo Fonseca.

A condução do processo técnico, em nível federal, está sendo coordenada por uma comissão formada pelas ministras Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação) e Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos), além do ministro Rui Costa (Casa Civil). O núcleo ministerial é responsável pela implementação do PBIA, pela definição das especificações técnicas do supercomputador e pela articulação institucional com estados e municípios.

Decisão estratégica

A ministra Luciana Santos ressaltou que os critérios técnicos serão determinantes para a escolha do local. “A instalação do supercomputador é uma decisão estratégica que envolve tanto critérios técnicos quanto uma definição que caberá ao presidente Lula.”, afirmou.

Os investimentos no projeto contarão com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Como referência, foi citado o aporte recente de R$ 490 milhões destinado à infraestrutura tecnológica em São Paulo, voltada ao fortalecimento do governo digital e à ampliação de serviços públicos à população.

Segundo o coordenador do NPAD/IMD/UFRN, Samuel Xavier, a proposta potiguar não prevê a retirada do LNCC de Petrópolis (RJ), onde a instituição funciona atualmente, mas a criação de uma segunda unidade. “A gestão e a administração permaneceriam sob responsabilidade do MCTI, a exemplo do que ocorre com outros institutos nacionais, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)”, explicou.

Supercomputador

Estimado em R$ 1,8 bilhão, o supercomputador terá padrão internacional e deverá figurar entre os dez mais potentes do mundo. A estrutura será fundamental para o desenvolvimento da inteligência artificial brasileira, reduzindo a dependência de plataformas estrangeiras e ampliando a capacidade nacional de processamento de dados em larga escala.

Acompanhe o Pipa Notícias no Instagram

Últimas Notícias

RELACIONADOS