Rio Grande do Norte de destaca com volume de investimentos na Bolsa de Valores do Brasil

No estado do Rio Grande do Norte, apenas uma em cada 43 pessoas da população economicamente ativa (PEA) opta por investir na Bolsa de Valores do Brasil (B3). Em termos absolutos, a região abriga 2,3 milhões de indivíduos entre 15 e 65 anos, contudo, registra apenas 54.037 investidores engajados em títulos variáveis. Quando se analisa a distribuição das contribuições, o território potiguar responde por meros 0,46% dos R$ 483,08 bilhões investidos no país, exibindo a quarta menor taxa de participação e quantidade de investidores no Nordeste, além da nona menor porcentagem em nível nacional. Renato Gurgel, professor do Departamento de Ciências Contábeis (DCC) da UFRN e coordenador da Liga de Mercado Financeiro da instituição, destaca que, apesar do aumento na participação desde 2018, o crescimento dos investidores no Estado demanda ainda mais incentivos à educação financeira e à geração de emprego e renda.

Essas conclusões têm como base o levantamento de investidores pessoa física realizado pela B3, atualizado neste mês, e os dados do IBGE referentes ao ano de 2022. O docente enfatiza que, embora a educação financeira seja crucial desde a base até o ensino superior, essa aprendizagem ainda não é uma prioridade em grande parte das instituições. Além disso, o cenário de endividamento impede muitas pessoas de terem a capacidade financeira necessária para investir. De acordo com dados do mapa de inadimplência e renegociação de dívidas do Serasa, referente a setembro, o Rio Grande do Norte ocupa o terceiro lugar entre os estados do Nordeste com o maior percentual de pessoas inadimplentes, alcançando 41,54%.

No cenário nacional, esse percentual sobe para 43,90%. Renato Gurgel destaca: “Não é possível investir estando endividado, pois você está constantemente enfrentando desafios financeiros. Portanto, a primeira medida para melhorar esse dado [investimentos do RN na B3] seria educar os cidadãos em termos de uma sólida educação financeira”. O argumento do docente se torna ainda mais pertinente ao observarmos casos recentes, tanto locais quanto externos ao estado, de pessoas que confiaram seus recursos a empresas suspeitas de atividades fraudulentas.

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